domingo, 7 de dezembro de 2008

Ein Schatten... verschwinden.




















Temerás aquilo que não perdoas;
e mesmo assim nunca mais esquecerás
aquele espaço em branco que se tornou a sua alma
pelo mesmo motivo que deves pressentir.

Teus sonhos apresentam paisagens de algum lugar
distante, e mesmo assim não negas
aquele pequeno personagem que surgiu
Pouco a pouco, e apresentou pequenos detalhes de você:

Detalhes que pouco, ou não conhecia
Detalhes em preto e branco
Berrando as cores que não existiam
Detalhes de tempos que não viveu e 
todos esses acordes existem, 
sons nem um pouco estranhos para ti.

Sem uma sombra não somos nada
Sem algo que apresenta o quanto somos pequenos
Esse outro que vive dentro de nós
e o negamos, todos os momentos
todo o tempo
com todos os sentidos!

(...)

E mesmo assim não somos nada, 
afinal.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Carta a Jackson Pollock"






"Carta a Jackson Pollock"


Eu escrevo sem pensar:
linhas, rimas, frases prontas
surgem como um horizonte, e sem temer
Escrevo o final
antes de pensar no começo;
E deixo como início aquilo que muitos pensam ser o fim.
Mas a vida é assim, como é
E não como queremos que seja o ser e não ser.
Afinal, é essa a vida que muitos querem ter.

Eu nunca pensei como escrever;
não me dou bem com isso.
Provavelmente por não saber o que escrever,
Como escrever
O porquê do escrever...
Mesmo assim escrevo
Sem esperar muito barulho:
Escrevo pelo silêncio.

Não sou movimentado pela razão
Não sou movimentado pela simples vontade
de seguir certas regras
E esperar que elas me controlem
Criem uma prisão dentro de meu próprio poema.

Escrevo pela liberdade que a
Palavra
possui.

Palavra.
Palavra que ergue uma visão simbólica de mim mesmo.
Mesmo sendo uma palavra qualquer,
ela é muito mais para mim.

E mesmo assim sempre pretendo continuar a escrever:
Não pra mim,
Não para obter o final de algo que não possuo,
Não para alguém
Pelo simples escrever.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O tempo e as palavras

As palavras esquecem:
Elas sempre estão ocupadas, e não se enganam.

O tempo e as palavras.


Quantas vezes teremos que abraçar
esses sentimentos que se espalham pelos cantos
Nos mostram como a dança
Esse samba sem sentido
Mas com muita beleza?

Aquele hoje me faz sentido agora:
Eu tentei, mas nunca fiz questão
de querer encontrar novamente.

(Assumir o pouco de cada momento
É ouvir as palavras de cada distância
De cada saudade.)

Esquece.
Faz de conta que este dia é outro
Não é mais nublado,
Cheiro de chuva chegando,
Pessoas correndo esperando se molhar,
Mesmo assim achuva não vem.

Faz de conta que aquelas pequenas vitórias
Estiveram aqui sempre.

(E os erros e as figuras
E os personagens que eram você
E aqueles livros que ja foram lidos
E os momentos que desejou passar mais rápido
Por temer alguém.)

Esperar é ter tempo
e ter tempo é perder algo novamente.
Só pra mim.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Noite...

Senti uma sensação estranha,
(Talvez medo?)
Ignorei e fui ver as estrelas.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O desaparecimento do algo



O desaparecimento do algo ou Ode ás constantes dores do mundo

Esse é um poema de esperança:
Esperança no presente; pois o futuro já não é mais o que se foi.

Muitas vezes desaparece;
Morre, desenterra
fantasmas do presente;
Esquecemos o algo que está ao lado;
Á quilômetros de distância, em nações
que possuem outras linguas
(quantas linguas já se falaram pelo mundo afora?)
E mesmo assim se esquece que ainda somos nós
que desaparecemos dia-a-dia em meio a
nuvens de ódio e rancor;

A vida de todos (quem somos esses todos?)
nos mostrou que o futuro nunca foi glorioso:
Ele foi apenas futuro,
futuro apenas,
e nada mais do que futuro;
A mistificação do algo, a maneira
como computadores afirmam
nossas vidas
Já se foi há tempos, e mesmo assim,
quilômetros distante,
uma criança sofre com algo que os
computadores não mostram
e no final encontro vida no computador, pois talvez
ele demonstre vida para alguem;

Aquela vila possuia um cinema;
As pessoas se divertiam, esqueciam a si mesmas lá;

Aquela vila possuia mulheres;
Todas se penteando para algo que já existia nelas
aguardando com esperança
aguardando com saudade.

Aquela vila possuía idosos;
Sentados em uma velha praça
Relembrando mais uma vez um dia do passado.

Tudo isso não é mais:
Acabou em uma nuvem, invisibilidade dolorosa
que tão pouco durou.

E ninguem esperou.
Mais um evento do cotidiano do mundo.
Cotidiano que não pára,
não espera,
pois o futuro está para chegar

A noite cobre mais uma multidão
que espera, e vibra
em mais um momento
Êxtase anulado pelas cortinas de ferro
Inundando mais uma vez a espécie humana
Em um mar de esquecimento e irrelevância.

É glorioso quem esquece.
Após lutar, é necessário que o
vencedor saiba que suas dores
suas feridas
seu sangue
não se desprendeu de si:
A glória está no esquecer.

Mas algo tão grande nos leva
todos os dias para todos os lugares
Esse algo tão grande esconde uma poesia
que não tem tamanho,
Uma sensação de morte incontida,
Um sabor de sangue e concreto e imagem:

Mais uma multidão liga a tevê
Assiste a si propria sem medo, sem rancor em uma solidão coletiva
que durará minutos, horas, anos, vidas,
retorno á tela e vago misteriosamente pelo absurdo
do vagar em uma tela
não espero,
pois o futuro está para chegar.

Perdemos passos
Perdemos tempo
Observando o quanto se construiu para alguém,
em um lugar que não sabemos onde é;
E realmente isso deveria assustar.

O tamanho dessa mágoa que existe por alguem
é algo tão ínfimo;
E as cidades cinzentas um dia foram
verdes, árvores e vida
e o mais irônico é que a mistificação está no cinza
das árvores de concreto
que se erguem cada dia mais cedo.

Esse é um poema de esperança:
Esperança no presente; pois o futuro já não é mais o que se foi.



Nota:
Esse texto em forma de poema foi escrito ás duas e meia da tarde, em uma tarde ensolarada. Após vagar sobre alguns fatos, me deparei com dois desastres que abalaram o final do século XX (Chernobyl - http://pt.wikipedia.org/wiki/Chernobyl e Bophal - http://en.wikipedia.org/wiki/Bhopal_disaster) - Não se sabe ao certo o número de mortos de ambos os "acidentes".

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Flores

Por um novo jardim...

É preciso ter flores
Esquecer alguns detalhes do momento
Sem mais nenhuma pedra que arrase os sentidos
Sinto que é preciso ter flores.

Claro que nunca imaginei
o quanto é belo esse detalhe
por quantos passos estive perto de tudo
por quantos dias quase me perdi por nada.

Mesmo assim digo que é preciso ter flores.
Mas não as flores verdes
que estão nos jardins, nas árvores, nas paredes
E sim as flores que sempre existiram
Nessa imensa ilusão sem fim.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Enfermos.

Dúvidas, dúvidas, dúvidas.
Cotidiano preenchido por algo, afinal.

Enfermos.


Gostaria de saber
Quantos poetas já escreveram sobre Deus
Divagaram sobre o Amor
E lutaram contra algo
que aparece nas escadarias do pensamento
E desaparecem sob uma simples folha de jornal.

O jornal já acabou
Lidas todas as páginas
Não se encontra mais Deus
Não se encontra mais Amor
Não se encontra mais luta nenhuma

Apenas passado
Como se ausencia de vida fosse se alargar cada vez mais
E o jornal continua alí.
Sem poeta nenhum.

E agora?
Quantas perguntas foram feitas por palavras
E quantas mais se desentenderam com o próprio dono
E desapareceram, sobre uma
Conversa no bar, na esquina encontrando
um velho amigo,
Antigo companheiro de viagens e pequenas diversões...

Se lembram que uma vez já foram poetas
e escreveram sobre Deus, Amor e luta.

Mas o passado está alí.
O tempo continua.
E passado o passado está.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mais um blog.

http://gregorsamsak.blogspot.com/

E mais nada.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Diálogo com a moral.

Diálogo com a moral.

Encontro coma moral no banco de um onibus.
Ela me vê, e lembramos de nós mesmos:

- Olá
- Tudo bem?
- Tenho indo muito á sua terra...
- Sério?
- Sim, tenho visitado pessoas importantes, e
vidas que nunca se ouviram falar sobre.
- Eu também tenho visitado muitas gentes,
muitas pessoas ja me perguntaram quem sou...

(...)

- A idade chega... e depois não tem como voltar
atrás....
- Como assim...? Receias algo?
- Receio tudo... acabo esquecendo as vezes quem eu sou,
por que sou, e até por que és...
- Mas e as gentes, e os povos, e a humanidade?
- Essa é a que eu mais receio.

(...)

- No final acho que tudo é um grande comercial,
um produto que não dá pra consumir por que é muito caro.
- O que?
- A vida, é um comercial.
- Ah sim, mas as vezes você encontra algo em liquidação.
- Tenho que ir, adeus.
- Adeus!

(Ás vezes acho que só eu me refiro as pessoas assim...)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Vida de brinquedo.

Sinto-me estranho, doente e tranquilo:
Alguem já sentiu o peso da vida alguma vez?


Vida de brinquedo
Pessoas de brinquedo.

Céu de brinquedo
Brincando com crianças
Com uma fome que não existe
Uma tristeza sem esperança
A esperança é de plastico
E as pessoas não se propõe a nada
Apenas respiram em um ar que nada mais é
É um brinquedo que nos asfixia
Nos mata, mas a morte no final é mais um
Brinquedo.

Entendo mas brinco:
Existo e não encontro.

Pessoas de brinquedo
Diversão futil e ridicula
Mulheres de plástico e sexo fácil
Dinheiro flui pelas veias de obesos donos de carros
Que riem e se esquecem da propria morte
Essas pessoas vão se alimentando tanto
Que parecem explodir, mas não, tudo isso é um
Brinquedo no final...

E assim morro de bricadeira a cada dia
Esperando a brincadeira acabar.

domingo, 20 de julho de 2008

Cotidiano; Cerveja e Amor

Da série "Cotidiano"

Cerveja e amor

Quem nunca amou já mentiu:

É melhor concluir que
acabou-se a cerveja
do que cerveja,
acabou o amor.

A vida nos bares
E o amor pelas ruas
E acaba?
Aonde?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Inventar a si.

Palavras escritas em uma manhã sem sono
Sem nada
Apenas com Pessoa:
Logo é algo.

Inventar a si.


Invento:
Fabulo;
Logo esqueço que sou um álibi de mim mesmo.

Reinvento
Reescrevo;
Desejar não é saber, e mesmo saber não é permitir.

Permite a si:
Como inventar o que ja é?

Como a pessoa pede uma passagem para algum lugar:
É um símbolo a se recorrer
A reinvenção do ser
Invento a mim,
Para recorrer a algo no final

O pensamento é finitude em si
A memória é densa e parece não se acabar
O sentimento assusta
Inibe,
Destroi pelo pudor daquele que deveras esquece
que sente.

Sentir e inventar
Não se assemelha a nenhuma nota musical
em sua memória.
Afinal, o dever não é musica:
É apenas dever.

Invento:
Desmistifico;
Logo esqueço que sou um álibi de mais alguém.

A poesia seguinte

Seguem palavras que seguem outras;
Seguem caminhos que anulam a si mesmos;
Palavras e caminhos
Palavras para alguem?

A poesia seguinte


Sou um estrangeiro em mim mesmo;
A fria lembrança na qual surge estes
Versos
Faz lembrar o quanto deve ser dificil
Apoiar-se na escuridão plena do passado.

Queimem seus desejos!
Anulem suas vontades!

Cego é aquele que perde tempo consigo
Esquece que não existe o Eu:
Apenas nós.

Mas filosofia não faz um novo nascer do sol;
Portanto esqueço o filosofar e
A metafísica do olhar que anseio e
A virtude que ignoro pra ver
O quanto pode tudo isso durar.

Quem bateu na porta do outro
E assumiu um erro, e pediu desculpas
Pelo amanhã que ainda não chegou?
Essas casas são feitas de amores frágeis.

Quem entende o amor como algo que se esconde
É um tolo.
Quantos poetas escreveram amores
E não viveram eles.

E o estrangeiro continua a vagar
A desbravar
A esconder-se de tempestades não previstas
Porque isso tudo sou Eu.

O Eu que nego.
E finjo o Nós.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O poeta Carlos Drummond de Andrade.


O poeta Carlos Drummond de Andrade.

Drummond, em cada
Letra, em cada palavra
me escondo em seus sinais: estes
me absorvem
me dizem o quanto devo esperar e assim
o encontrar:

Destruir sensações
instruir a finalidade
da ida ao cinema, a melancolia da
imagem, inexistente em cada momento
que diz não existir, mas mesmo assim
persiste: acabo de perecer em
palavras, palavras, palavras,
palavras que apenas me levam a
Drummond.

Não existe lirismo nas ruas




Essas ruas é a de nossas casas
:
ruas que trazem o pão,
que nos mostram a vida de outrem...

Não existe lirismo nas ruas


Não existe lirismo nas ruas...!!
O consentimento
A fome
A esperança
Não existe lirismo...!

Mesmo na mais infima tortura
do dia-a-dia
Existem aqueles
que simplesmente existem.

E grito:
- Existe esperança na verdade?
Poupe-me dos velhos jargões da existencia
Apenas me responda.

Mesmo que a resposta seja amarga
Mesmo que a rua esteja abarrotada
de saudade e vertigem e sede de vida
Não existe lirismo nas ruas...!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Interrogação

Duas vias de uma mesma vida:

Interrogação


Poema
ou
Poesia?

Mesmo assim:
É algo.

Primeiro de Junho

Vir do nada.
E voltar para o nada.
É assim, não vai mudar.


Primeiro de Junho

Hoje é primeiro de junho.
Isso me lembra o começo
De uma estrada que tem um
Final

É estranho recorrer a passos passados
Relembrar o presente
De maneira que a dor seja sempre futura

Esses passos já foram dados
E eles pareceram que não se foram
Vivem ainda
Aparecem em meu sono
Ainda existem!

Tento os esquecer
Os ignorar
Passos...
Passos...
Ressoam no silencio das décadas.

Mesmo assim hoje é primeiro de junho
Duas decadas em silencio
E mesmo assim
Duas decadas em profundo estado de
Nada.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Paternidade OU Amor Filial OU Minha Arte OU Meu Ser

Escrevo o quanto me diz a minha propria luz.
E descubro que não sou só eu.

As Sete Luzes pt. 1: Amor Filial


Meus filhos são a minha arte
Arte que desconstroi meu pensamento
em nuvens de vapor de vida
e mostram como meus filhos são bonitos.

Eles conversam comigo
E mostram o quanto sou pai orgulhoso.
Mesmo sem saber como minha arte é vida
E como minha vida se desfaz nela.

Meus filhos são a minha arte
Tento distribuir o pão da memória entre eles
E assim recriar a mim mesmo
A partir da mesma geração.

A música e as palavras se unem
Em uma passagem
Em um momento
Momento no qual eu me lembro
Do quanto gosto de meus filhos.

domingo, 25 de maio de 2008

Pureza.


Escrevo á noite e lembro a mim mesmo aquilo que ousa me esquecer.
São essas luzes que nos guiam.
Exponho mais um trecho de mim mesmo.

E muito mais... muito mais....!


As Sete Luzes pt. 6: Pureza


É puro aquilo que nos toca
Mesmo sem tocar
Mesmo sem existir.

E é essa a pureza daquilo que se foi
Partiu sem ao menos dizer olá
E nos foi tão importante

Puro é o conhecer,
E assim reconhecer
Ao mesmo tempo que sorri.

Peço perdão e agradeço
O azul do céu me tras a imagem
A cor das flores nega a si mesma...
E é na humildade do existir que ela vive.

Quantas palavras te tocaram...
Pureza!
Quantos sonhos nos levam a tí.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A figura humana

Trecho de palavra.
Me leva á imagem.

A figura humana
Se enrola na existencia
O outro lado me diz que essa figura
É o peso de viver

Prefiro estar assim
Até o raiar do último sol
e essa figura me encara
Essa figura me diz
O que não pode ser
Pode ser

Pra lá está o que está lá
E aqui fica o que?

terça-feira, 20 de maio de 2008

Cale a boca.


Espero o seu silencio. Espero que aquilo que nos esmaga seja precedido por um grito de agonia.
O agora ja se passou, e ainda estamos aqui.
Ainda... ?


Manifesto do nada, Parte 1


A existencia é a maior prova
De que nada existe
Espero que nenhuma pessoa entenda essa mensagem,
Porque ela é a maior prova
De que nada existe.

Bem vindo...
Seja educado....
Ela se assusta,
E nunca saberemos quando é o bastante

Ela quem?
Ela!
Ela quem?
Ela!

A existencia nos aplica uma vez só
Apenas
Aplica o sabor da vida
Espere sempre o pior.
Espere sempre o melhor
Apenas espere
Até que um dia perceba que tudo passou.

Compre sua vida
Consuma seus desejos
Seus filhos morrerão de fome, afinal.

Nada existe...
Nada existe.
Nada existe!!

domingo, 18 de maio de 2008

O um. (Tem mais um.)




É... afinal tudo passa.

Porque as pessoas não se desesperam com o proceder do tempo?

Dobra a vida como se fosse algo qu nunca existiu.

E estamos ainda aqui.
Até quando?


O um. (Tem mais um.)


Pois é,
Somos muito maiores
Do que nós mesmos

Clareia com suas luzes a estrada
E apaga aquilo que se foi
É menor a lagrima que cai
Ao mesmo tempo que se desfaz em mim

Esse poema não é de mim
Esse poema nunca surgiu
Esse poema nunca se foi

Chamo de poema mas não é nada
Amontoado de palavras que alguem tenta fazer
fazer sentido

Pois é,
Deixou para depois
Aquilo que não se diz.

O coração tem como sofrer aquilo que percebe
Até o dia que o destino não vai prever
Sem mais atrasos as pessoas se vão
Elas não tem o que perder.

Aviso
E me esqueço
Aviso
E já me perdi
Deixo o sorriso para amanha.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Adolescente

Noite.Frio.Tempo.Sono.
Me leva a esse poema.


O Adolescente


Pegue o seu tempo
Jogue-o ao nada
Ignore os mistérios
Na verdade isso é tudo.

Pense no amanhã como se fosse mais um dia
Apenas mais uma manhã a ser ignorada e cuspida
Um prato de comida que não se deseja mais

O desejo nos trás
E ás vezes isso dói.
Não pretendo ser algo mais,
Não pretendo ser visto ás vezes andando por aí,
Descalço
Com os pés envolvidos pelas aguas desse rio.

Tudo o que se usa
Não existiu
Tudo aquilo o que se crê
Se descartou
E é isso que eu denomino
"Mistério".

terça-feira, 22 de abril de 2008

Palavras de resistência

É bom esquecer o que nos oprime, e lutar ás cegas, contra quem nunca existiu.
Porque viver é lutar.


Palavras de resistência

Todos com seus abismos íntimos
Caminhando por seus próprios trilhos
A vida é resistência
Resistência a nada que passou
Resistência ao vento, á brisa, ao sol
Á chuva que nos mostra o quanto somos capazes
De resistir

Resisto...
Resisto,
Resisto...

Insisto na memória que nunca existiu
Insisto no medo que sorri e diz adeus,
E mesmo assim persiste através dos anos.

Aquilo que vive em nós
Se assemelha a uma multidão que grita
Ouvir suas vozes é contestar
Entendê-las é se perder no escuro
E lutar para se encontrar

Pelas ruas sujas de sonhos encontro
O que mais se assemelha a mim mesmo
As ruas são espelhos
E se quebram ao pisarmos nelas

Por quanto tempo esperar?
Por quanto tempo escutarei suas vozes?
Prefiro resistir.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Trilogia das musas, parte 1


As musas existem para expressar tudo aquilo que somos.
No rio que flui estamos, logo fluimos também.


Primeira musa - "A pintura"

Quantas vezes as flores tocaram a sua vida
Olho a tela como se ela fosse um caminho
E o pincel fosse a vida
As passagens são as tintas
E elas me mostram como pintar

Pintar é amar
Amar é viver

Quase sem pedir eu me mostrei
E sem me tocar você existiu
A ilusão de que eu existiria mais um pouco
Mas sem existir mais

Pintar é perceber
Que a vida nunca será uma só

Escrevo sobre aquilo que me exige
A força e a pureza de uma criança
Mas mesmo assim
As crianças ainda tem medo do escuro

E me volto á tela
Vejo o branco que existe
O quanto poderia existir
E o quanto existirá

A tela é a vida
A vida são as tintas
E as tintas trazem o fim.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Trilogia das cores.




Pinto, rabisco, sujo uma tela mais uma vez.

Muitas linhas se compõe em um caminho só...
Essas cores não são.
Estão sempre no futuro:
Serão;

Enquanto o ser viver, Elas serão.


Trilogia das cores


Azul

E mesmo assim eu gosto do azul
Aquele azul simples,
Por mais que me chamem de melancolico
Isso pode as vezes assustar.



Vermelho

O vermelho me aquece
Aparece e saúda
Os sentimentos que matam pouco a pouco
Qual Matisse irá representar
Tua saudade?
Qual Picasso irá surpreender
Meu coração?


Amarelo

Como uma doença ele se expande
Como um beijo ele me encanta
Nem por um momento
Nem por um instante
O amarelo é a cor do medo
Aparece como a palavra nua
Van Gogh e seus girassóis
Quantas palavras devo dedicar a ti?


quarta-feira, 9 de abril de 2008

Existe chuva

Hoje eu percebi que no final nada existe.
E comendo Doritos.
Comendo Doritos percebi que nada existe.
Andando pelas ruas ás seis da tarde (ou noite) com fome e um pouco cansado parei de perceber.
Não perceber é perceber tudo aquilo que já se sabe.
Mas tanto faz, a noite será chuvosa...


Existe chuva

Existe aquilo que não é sonhado.
Aquilo que não persiste,
Mas está lá
Ele existe.

Existe porque perde as chances,
De escapar para um lugar vazio,
E desaparecer.

Esse lugar pode ser de tijolos...
Feito com os mais puros pensamentos...

Mas a chuva cai
Cai pelos cantos
E cai novamente pelos caminhos.

Gosto da chuva
Ela me faz pensar em coisas passadas
Pensar em passagens
Traz o frio que participa da melancolia do momento.

Mesmo com a chuva,
Mesmo com a distância,
Mesmo com ninguem,
Mesmo assim...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Livros?

Abro a velha gaveta do velho armário.
Recolho da velha pasta o (não tão) velho poema: sinto ele vivendo outra vez.
É essa a mágica das palavras... elas vivem cade vez que são tocadas.
As palavras vivem nos livros.


Os livros


Os livros são objetos interessantes
Eles vivem.
Respiram
E ás vezes até choram.

Andam por aí sozinhos
Em bandos
Se escondem
Alguns são exibidos
Vaidosos.

Você pode os encontrar
Em festas
Em bares
Nos gramados molhados de chuva
As vezes
Até nas bibliotecas.

São falantes
Alegres
Gostam de cores
Vivem sorrindo.

Mas hoje
Estão mais tímidos
Correm de gente
Moram em casas escuras
Se divertem menos.

domingo, 6 de abril de 2008

"Processo contínuo de digestão cultural" OU "Diarréia mental"


Interessante o processo de criação.Estamos com a página inteirinha em branco e lá vem... entramos em contato com aquele mundo citado por Platão e pegamos um pouco da luz que vem de suas idéias.
Nessa insonolenta madrugada de segunda, após assistir O (atual) filme mais complexo e absurdamente incrível da minha vida, crio a letra para uma música que existia faz vários meses.A música leva o nome do filme, mais para lembrar que essa película marcou minha vida. (Nota: Escrever futuramente uma "Ode á sétima arte")


"Persona - Entidades do espírito"

Parte um - Ego
Assim não sei se acabou
Você se dispõe de mim
E cada vez mais
Eu sinto que me perdi

Parte dois - Superego
Tudo aquilo que deixou,
Avisando o que morreu,
Olhando o que partiu,
Fingindo não ter voz,
Possuindo ainda foi,
Sentindo não valer,
Vivendo o que se foi.

Os erros são todos meus.

Primeiro post, primeiro contato com essa ferramenta estranha constantemente utilizada pelos internautas (aliás, que termo ridículo esse, internautas...... gostaria de saber que órgão da imprensa cria esse tipo de termo.).
Melancolia lugar-comum á parte, me insiro nesse tipo de mídia para compartilhar a sensação do "Um" com mais alguém...
O "Mais-Um" é pura ilusão.


"Poesia errada"

A minha poesia é feita de erros.
Erros daqueles que virão,
Ou já se foram,
E não perceberam:
Não se reprimiram.
Viveram em liberdade dentro de si mesmos
Entorpecidos pela mais pura ingenuidade
Pela mais pura alegria
da própria vida.

A minha poesia é feita de erros
Erros que me consomem
E assim constroem vias
Para meus sentimentos

A minha poesia é feita de erros
Erros que me comovem,
E por isso vivem por si mesmos
Possuem uma história.
Assim percebo
Que não sou Um:
Sou meus erros e eu
E logo vários,
E muitos
E multidões a vibrar
Por ser Um.

A minha poesia é feita de erros
E erro,
E continuo errando
E fim.