quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Noite...

Senti uma sensação estranha,
(Talvez medo?)
Ignorei e fui ver as estrelas.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O desaparecimento do algo



O desaparecimento do algo ou Ode ás constantes dores do mundo

Esse é um poema de esperança:
Esperança no presente; pois o futuro já não é mais o que se foi.

Muitas vezes desaparece;
Morre, desenterra
fantasmas do presente;
Esquecemos o algo que está ao lado;
Á quilômetros de distância, em nações
que possuem outras linguas
(quantas linguas já se falaram pelo mundo afora?)
E mesmo assim se esquece que ainda somos nós
que desaparecemos dia-a-dia em meio a
nuvens de ódio e rancor;

A vida de todos (quem somos esses todos?)
nos mostrou que o futuro nunca foi glorioso:
Ele foi apenas futuro,
futuro apenas,
e nada mais do que futuro;
A mistificação do algo, a maneira
como computadores afirmam
nossas vidas
Já se foi há tempos, e mesmo assim,
quilômetros distante,
uma criança sofre com algo que os
computadores não mostram
e no final encontro vida no computador, pois talvez
ele demonstre vida para alguem;

Aquela vila possuia um cinema;
As pessoas se divertiam, esqueciam a si mesmas lá;

Aquela vila possuia mulheres;
Todas se penteando para algo que já existia nelas
aguardando com esperança
aguardando com saudade.

Aquela vila possuía idosos;
Sentados em uma velha praça
Relembrando mais uma vez um dia do passado.

Tudo isso não é mais:
Acabou em uma nuvem, invisibilidade dolorosa
que tão pouco durou.

E ninguem esperou.
Mais um evento do cotidiano do mundo.
Cotidiano que não pára,
não espera,
pois o futuro está para chegar

A noite cobre mais uma multidão
que espera, e vibra
em mais um momento
Êxtase anulado pelas cortinas de ferro
Inundando mais uma vez a espécie humana
Em um mar de esquecimento e irrelevância.

É glorioso quem esquece.
Após lutar, é necessário que o
vencedor saiba que suas dores
suas feridas
seu sangue
não se desprendeu de si:
A glória está no esquecer.

Mas algo tão grande nos leva
todos os dias para todos os lugares
Esse algo tão grande esconde uma poesia
que não tem tamanho,
Uma sensação de morte incontida,
Um sabor de sangue e concreto e imagem:

Mais uma multidão liga a tevê
Assiste a si propria sem medo, sem rancor em uma solidão coletiva
que durará minutos, horas, anos, vidas,
retorno á tela e vago misteriosamente pelo absurdo
do vagar em uma tela
não espero,
pois o futuro está para chegar.

Perdemos passos
Perdemos tempo
Observando o quanto se construiu para alguém,
em um lugar que não sabemos onde é;
E realmente isso deveria assustar.

O tamanho dessa mágoa que existe por alguem
é algo tão ínfimo;
E as cidades cinzentas um dia foram
verdes, árvores e vida
e o mais irônico é que a mistificação está no cinza
das árvores de concreto
que se erguem cada dia mais cedo.

Esse é um poema de esperança:
Esperança no presente; pois o futuro já não é mais o que se foi.



Nota:
Esse texto em forma de poema foi escrito ás duas e meia da tarde, em uma tarde ensolarada. Após vagar sobre alguns fatos, me deparei com dois desastres que abalaram o final do século XX (Chernobyl - http://pt.wikipedia.org/wiki/Chernobyl e Bophal - http://en.wikipedia.org/wiki/Bhopal_disaster) - Não se sabe ao certo o número de mortos de ambos os "acidentes".

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Flores

Por um novo jardim...

É preciso ter flores
Esquecer alguns detalhes do momento
Sem mais nenhuma pedra que arrase os sentidos
Sinto que é preciso ter flores.

Claro que nunca imaginei
o quanto é belo esse detalhe
por quantos passos estive perto de tudo
por quantos dias quase me perdi por nada.

Mesmo assim digo que é preciso ter flores.
Mas não as flores verdes
que estão nos jardins, nas árvores, nas paredes
E sim as flores que sempre existiram
Nessa imensa ilusão sem fim.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Enfermos.

Dúvidas, dúvidas, dúvidas.
Cotidiano preenchido por algo, afinal.

Enfermos.


Gostaria de saber
Quantos poetas já escreveram sobre Deus
Divagaram sobre o Amor
E lutaram contra algo
que aparece nas escadarias do pensamento
E desaparecem sob uma simples folha de jornal.

O jornal já acabou
Lidas todas as páginas
Não se encontra mais Deus
Não se encontra mais Amor
Não se encontra mais luta nenhuma

Apenas passado
Como se ausencia de vida fosse se alargar cada vez mais
E o jornal continua alí.
Sem poeta nenhum.

E agora?
Quantas perguntas foram feitas por palavras
E quantas mais se desentenderam com o próprio dono
E desapareceram, sobre uma
Conversa no bar, na esquina encontrando
um velho amigo,
Antigo companheiro de viagens e pequenas diversões...

Se lembram que uma vez já foram poetas
e escreveram sobre Deus, Amor e luta.

Mas o passado está alí.
O tempo continua.
E passado o passado está.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mais um blog.

http://gregorsamsak.blogspot.com/

E mais nada.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Diálogo com a moral.

Diálogo com a moral.

Encontro coma moral no banco de um onibus.
Ela me vê, e lembramos de nós mesmos:

- Olá
- Tudo bem?
- Tenho indo muito á sua terra...
- Sério?
- Sim, tenho visitado pessoas importantes, e
vidas que nunca se ouviram falar sobre.
- Eu também tenho visitado muitas gentes,
muitas pessoas ja me perguntaram quem sou...

(...)

- A idade chega... e depois não tem como voltar
atrás....
- Como assim...? Receias algo?
- Receio tudo... acabo esquecendo as vezes quem eu sou,
por que sou, e até por que és...
- Mas e as gentes, e os povos, e a humanidade?
- Essa é a que eu mais receio.

(...)

- No final acho que tudo é um grande comercial,
um produto que não dá pra consumir por que é muito caro.
- O que?
- A vida, é um comercial.
- Ah sim, mas as vezes você encontra algo em liquidação.
- Tenho que ir, adeus.
- Adeus!

(Ás vezes acho que só eu me refiro as pessoas assim...)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Vida de brinquedo.

Sinto-me estranho, doente e tranquilo:
Alguem já sentiu o peso da vida alguma vez?


Vida de brinquedo
Pessoas de brinquedo.

Céu de brinquedo
Brincando com crianças
Com uma fome que não existe
Uma tristeza sem esperança
A esperança é de plastico
E as pessoas não se propõe a nada
Apenas respiram em um ar que nada mais é
É um brinquedo que nos asfixia
Nos mata, mas a morte no final é mais um
Brinquedo.

Entendo mas brinco:
Existo e não encontro.

Pessoas de brinquedo
Diversão futil e ridicula
Mulheres de plástico e sexo fácil
Dinheiro flui pelas veias de obesos donos de carros
Que riem e se esquecem da propria morte
Essas pessoas vão se alimentando tanto
Que parecem explodir, mas não, tudo isso é um
Brinquedo no final...

E assim morro de bricadeira a cada dia
Esperando a brincadeira acabar.