quarta-feira, 11 de junho de 2008

O poeta Carlos Drummond de Andrade.


O poeta Carlos Drummond de Andrade.

Drummond, em cada
Letra, em cada palavra
me escondo em seus sinais: estes
me absorvem
me dizem o quanto devo esperar e assim
o encontrar:

Destruir sensações
instruir a finalidade
da ida ao cinema, a melancolia da
imagem, inexistente em cada momento
que diz não existir, mas mesmo assim
persiste: acabo de perecer em
palavras, palavras, palavras,
palavras que apenas me levam a
Drummond.

Não existe lirismo nas ruas




Essas ruas é a de nossas casas
:
ruas que trazem o pão,
que nos mostram a vida de outrem...

Não existe lirismo nas ruas


Não existe lirismo nas ruas...!!
O consentimento
A fome
A esperança
Não existe lirismo...!

Mesmo na mais infima tortura
do dia-a-dia
Existem aqueles
que simplesmente existem.

E grito:
- Existe esperança na verdade?
Poupe-me dos velhos jargões da existencia
Apenas me responda.

Mesmo que a resposta seja amarga
Mesmo que a rua esteja abarrotada
de saudade e vertigem e sede de vida
Não existe lirismo nas ruas...!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Interrogação

Duas vias de uma mesma vida:

Interrogação


Poema
ou
Poesia?

Mesmo assim:
É algo.

Primeiro de Junho

Vir do nada.
E voltar para o nada.
É assim, não vai mudar.


Primeiro de Junho

Hoje é primeiro de junho.
Isso me lembra o começo
De uma estrada que tem um
Final

É estranho recorrer a passos passados
Relembrar o presente
De maneira que a dor seja sempre futura

Esses passos já foram dados
E eles pareceram que não se foram
Vivem ainda
Aparecem em meu sono
Ainda existem!

Tento os esquecer
Os ignorar
Passos...
Passos...
Ressoam no silencio das décadas.

Mesmo assim hoje é primeiro de junho
Duas decadas em silencio
E mesmo assim
Duas decadas em profundo estado de
Nada.