quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pão

O pão daquele lugar era bom
As pessoas sempre estavam querendo ser gente
gente
gente nova
e educada
novamente gente
sempre mais gente que os outros
que tinham medo de ser gente
gente nova
e educada
O pão daquele lugar era bom
mas era apenas para pessoas que eram gente
gente de verdade
não de mentira
gente nova e educada
gente com carro
com dinheiro
com vida de verdade
com dinheiro de verdade
com carro de verdade
com vida
mesmo
e assim
com
pão
com pão macio
com pão novo
com pão que era feito de dinheiro
e educação
e verdade
e pontos finais
pois não é necessário mentira para quem tem
dinheiro
e pão
e não passa fome
nunca passou fome
nunca passou vontade
de ter pão
e não ter
por que tem dinheiro
e carro
e vida de verdade
e vida que tem pão e verdade e Deus
Deus gosta de pão
Pão e Deus
e dinheiro
e carro
e ruas
e aquele lugar
que tinha Deus
e tinha pão também
o pão daquele lugar era bom
por que tinha Deus
Deus
Deus
Deus
Deus
Deus
Dinheiro e pão
e Deus
E pão
Não tinham medo de nada
pois quem possui Deus e pão
Possui a verdade
que pode ser medida na base de Deus
E na base de Pão
e medo que não tinham
por que possuir medo
por que possuir medo se tinham pão?
Não há motivo
Não há motivo sem medo sem pão sem Deus
Mas eles tinham
Deus
e Pão
Tinham dinheiro
logo tinham pão
e tinham Deus
E tinham tudo
O pão daquele lugar era bom.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Entre a pena e a espada

Vou escrever um poema:
Analiso as palavras que possivelmente irei usar.

Trago meu caderno sempre comigo,
E a pena
E a tinta.

(os quais
fazem o ser
ser escritor:
escrever;
ser;
escrever é ser)

Sempre amigos e presentes
Sempre comigo
Sempre juntos
Sempre palavra
Sem pressa para existir.

domingo, 4 de outubro de 2009

Aforismatico

A cultura ocidental
possui como base a problematização do Ser,
o Ser enquanto
problematizado existe,
fora disso
ele é
tédio
e
morte.

sábado, 3 de outubro de 2009

Veils

Living under veils
Old stories to tell
and deserve:
Lies, after all.

Epifania


Véus.
Eles existem?


I

Preciso escrever sobre o medo:
Linhas sem véus.
Apenas a mais crua verdade exposta,
sem nenhum adorno
ou pudor.

Por que sempre tivemos muitos véus
encobrindo o que já se sabe
e fingindo deixar de saber o quanto tudo isso é verdade
ou mentira fabricada
como mais um
um a mais.

Não peço licença
para mostrar
(Não há a necessidade de apresentar a vida como ela foi,
ou como ela é?),
não peço.


II

E isso muitas vezes não significa nada
Muitas vezes é apenas um detalhe a mais
Nas grandes manchetes de jornais
Nas pequenas rotinas das pessoas que andam nas ruas
E ignoram a si mesmas
(Como não iriam ignorar o Outro?)

Escrevem linhas como se fossem muros
Apresentam fatos como se fossem uma porta a mais,
trancada,
que nos esconde a vida
que nos priva a visão
e a coragem de fazer um dia a mais ser outro dia
e não o mesmo.

Trabalhamos de sol a sol
para continuar a viver sob muros.

Desde quando?
(...)
Sempre foi assim?

Quantos sabem qual é o véu
Quantos fazem questão de mostrar
que o véu existe
está alí:
Simplesmente está.
Ignoro-o.


III

Preciso escrever
sobre a
fome
e a
miséria.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Página em branco

Nesta página
Reescrevo linhas
Anoto novos nomes
Esqueço velhos endereços
Calculo novos momentos
Recebo antigos presentes
Pergunto pois tenho novas dúvidas
Imagino novas linhas de poemas
Observo velhas ruas
Percorro estes caminhos
Perdôo todos os pecados
(que não existem
nunca existiram
e nunca irão existir).

Sobre o vazio.

Desce as escadas e continua
se perde em meio á multidão de si mesmo
o sono e a letra
o sonho e a pequena esperança
que existe no momento.

Desce as escadas pequenina,
por favor,
desce.

Continue por mim.
Já que são poucos os que possuem pernas
necessárias para continuar por estes degraus.
Desce.

Lá encontrará alguma resposta
Lá longe
Lá no final
Lá dentro:
Dentro de si mesma.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Indefinido

Poesia é algo interessante.
Moldar as palavras
ou ser moldado por elas
lentamente como uma escultura feita de letras e frases
e muros e morte e vida e tudo de uma vez
acordes de um jovem poema de um jovem poeta
de um jovem
de um velho
tudo igual
tudo diferente
Poesia é isso
Ou não é nada.
Leia isso e perca o seu tempo
Leia isso e perca cada vez mais o seu tempo
Com palavras que foram perdidas e ninguem mais liga.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quedas.

Essa plena sensação de liberdade forçada
De morte e destruição de algo que já se passou
Esperar, aguardar
Anseio pelo escurecer.
Só nesse momento, entre a penumbra e o sono
(quase que uma questão aberta ou esquecida)
sou algo além de mim
Além do Eu.

(Eu ou mais alguém?
Esqueço: esta é uma das questões esquecidas.)

Sempre achei estranha essa relação
entre as barreiras existentes dentro de mim
e as barreiras que eu forçava a existencia.

Sempre achei difícil transpor osbstáculos
Movimentar, um dedo sequer
seja lá qual dedo for
qual passo a ser dado, que mesmo sem nunca ter sido dado
existiu.

Quantos passos dados foram perdidos
em meio a uma imensidão de pensamentos natimortos
e sentimentos de prisão e liberdade forçada?

Quantos homens tremeram
diante daquela decisão já tomada por outros
e colocadas em seus nomes?

Muitos.
Sinto informar que já foram muitos.
Sinto informar.

Quantos eu não sei.
Nem pretendo saber.
Apenas sei.
Sei que foram uma imensidão
Exercito de dilemas e esperanças sem nenhum motivo para existir,
mas que existiram e tremeram.
Tremeram e tombaram.
Tombaram diante de si mesmas,
diante de uma sombra enorme
sem sentido
sem motivo.

Pode-se ouvir esse som
(o som da queda de dilemas e esperanças)
á distancia.
Sempre ouvimos.
Mas preferimos continuar andando,
ignorando toda e qualquer queda de homem por aí.
Só mais um homem, afinal.

Mais um esmagado diante de si mesmo e perdido diante dos outros.
Navegamos entre seres que ignoram quantas vezes cairam diante de si.
E continuamos caindo.
todos os dias.

Vamos ignorar esse mais alguem e voltar para o Eu.
Sim, Eu.
Sim, Eu.
Não.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sobre a destruição de todos os valores





Me venderam um sonho que eu não precisava.
E eu comprei.
Sim, eu comprei, não usei e ele está guardado em algum canto
da minha casa em algum comodo que não praticamente não uso.

É tudo inútil afinal.
Tudo.
Desde os passos que dei semanas atrás para ir á padaria
até a música que escutei no rádio
Tudo inútil.

Se me venderam esse sonho, e comprei, anulei-me nesse ato
Ato de me apagar, reescrever, simbolizar
O inútil.

Me lembro que o comprei
Em uma loja de usados
velhos sonhos e velhos anseios,
Despejados como crianças que choram e pedem clemência
por algo que nunca fizeram
(mas poderiam fazer)
Mas nunca fizeram!

Deixe-me lembrar, por quanto tempo fiquei olhando aquele sonho
Por quanto tempo deixei-me esperar observando
e vendo que não precisava, nunca precisei
Nunca iria precisar, ninguem iria precisar
(mas quem é ninguem,
se não conheço quase ninguem em meio a todos)

O levei para casa
Joguei ele em um canto
e sentei-me, observando o quanto ele era inútil
Ele me desprezava, o desprezava também
Éramos inúteis um ao outro:
O sonho, por não ter por que o usar
Eu, por não sonhá-lo, e mesmo assim o ter tão próximo
e tão distante ao mesmo tempo.

A noite chega, e continuo sentado observando o sonho.
A noite passando, eu sentado observando o sonho.
A nova manhã, e eu ainda sentado, com ele perto.
Me levanto, o jogo ainda mais longe, e me afasto.

Não sei quanto tempo ficou alí.
Sei que me perdi ainda mais dele
Sim, ainda mais, não sei como, mas ainda mais.

E me sinto um pouco inútil em meio á inutilidade disso tudo
Desde os cds de Tchaikovsky que são vendidos
a preço de pão em lojas caindo aos pedaços
até a porcaria do jornal que aquele homem em terno
e gravata
e sapatos novos e bem engraxados
brilhantes indo para um trabalho de merda
em meio a um monte de lixo.

Um pouco inútil.
Só um pouquinho.

Perco tanto tempo tentando descrever o
quanto eu levei para perceber que ele era inútil
que eu esqueço de comentar que ja tive outros sonhos em outros momentos,
mas estes me eram uteis,
bem uteis na verdade,
e mesmo assim dentro de toda a sua utilidade e beleza e calma
que me ofereciam,
não me foram vendidos.

Isso seria um sonho?
Não, pesadelo.
Sim, pesadelo de compra e consentimento do que é comprado.
Pesadelo, sonho que não se acorda.
Muitas vezes tenho dificuldades para compreender que isso é real.
Muito real, aliás.

Apenas comprei algo assim uma vez:
Essa vez.
Não nego que fui tolo,
mas sinto que,
mesmo se me esforçasse para descrever toda esta situação
não encontraria palavras para tanto,
e acho que poucos,
ou ninguem iria entender.

E o sonho continua lá,
guardado em algum canto,
só esperando para eu retornar e perceber
que ele ainda está alí,
guardado e esperando,
esperando para ser reaproximado do seu dono
que não o usa e o despreza por ele,
de certo modo,
não existir nem pra si,
quem diria para o seu dono?

Quantas linhas eu ocupo no espaço para uma porcaria dessas??
Quanto tempo alguém irá demorar para ler
algo tão ridiculamente pobre e infantil
Algo que não poupa esforços para ser completamente inútil!
Plenamente distante de qualquer motivo válido
para alguém, algum, algo??
Me desespero só de pensar que tanto tempo assim...
poderia ser usado para dizer outras coisas,
muito mais importantes e tão válidas...!
tão sinceras...!!
tão distantes da brincadeira ridícula que é essa!!!!!

Calma.
(...)
Tenho que me acalmar para continuar.
Sim, continuar mais uma vez.
(...)

Quem diria que esse sonho vendido seria um empecilho
tão grande para o seu dono.

Não comentei do preço dele ainda.
Não foi tão caro
(Foi quanto?)
Na verdade nem me recordo o quanto ele custou
Foi ha tanto tempo
(Foi tão pouco?)
Não precisava dele, afinal, por que me importaria com o preço?
Quem se importa?
(Foi?)
Você se importa?
(Foi quanto?)
O sonho mesmo não se importou em ser vendido por tão pouco.

E que preço seria esse?
Por que discuto preços para essa porcaria que comprei uma vez
Por que discuto algo que não teria preço algum
Somente eu, eu
Simplesmente eu fui o único ignóbil a comprar algo tão fútil
Comprar!
Como se compram sonhos??
Como fui eu que comprei isso???

Deveria me levantar agora, e ir em direção á loja
Jogar uma bomba, explodí-la
Destruir os sonhos deles, os sonhos de outros, tudo!
Matar, ensanguentar o chão daquela imundície de loja.
Que morram todos!!!!
Por que me venderam algo tão fútil??
Me fizeram de tolo.

Isso.

Compreendo agora, me fizeram de tolo, e por que só agora fui perceber??

Quero matá-los.

Não!!!!!!!!!

Iria prendê-los, torturá-los
Fazer sofrer por tudo que me fizeram passar.
Fazer sofrer muito, até pedirem desculpas.

Sim, seria vil!

Quantas pessoas não foram vis nesse mundo?
Por que logo eu seria o mais vil de todos os homens?
Somente por possuir alguma vontade de destruir algumas vidas?
Quantas vidas não se foram em pró de uma bobagem dessas????
Por que logo eu seria o pecador???
Que pecado seria esse??

Somente assim poderia esquecer novamente
por um momento, breve
mas um momento
um pequeno momento
alguns segundos
bem pequenos
Esse sonho.

Fecho as janelas e espero mais um pouco.
Só me lembrei desse sonho que me venderam uma vez.
Essa vez
Sem eu precisar.
Me venderam.
E eu comprei.
Compraria mais uma vez.
Sem remorso.
Apenas para me lembrar o quanto tudo isso não faz sentido.
(Fez alguma vez, afinal?)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quero a chuva na minha janela



Escrito na madrugada, sem meus óculos,
sem sono nenhum, e com medo de sonhar.


Quero a chuva na minha janela

Quero a chuva na minha janela
Como prometestes

Quero a chuva na minha janela
E você aqui dentro, comigo
O torpor
(tempestade dentro de mim)
A juventude
Toda essa mudança e vontade
Desespero de amar
(ou de amante)

Quero a chuva na minha janela
Mais do que podes imaginar

Quero todas as palavras como gotas de orvalho que caem
Sob a relva em algum local distante daqui
e mesmo assim solitário e indefinido
como é o indefinido amar
e se perder
e mesmo assim acreditar que
se perder é se entregar e morrer
mais uma vez sem sentir a proxima estação
ou o proximo outono, pra ser mais exato

Ao contrário que virá
mesmo assim
sem medo e sem pudor
se entregar

Morrer nos teus braços
para poder acordar mais uma vez e te encontrar
comigo em meio ás gotas que foram esquecidas

Mais uma vez esqueceram a ti
para encontrar a mim
(Sorrio nesse momento exato,
e você sabe o porque,
sempre soube)
e mesmo assim morrer de novo

O inverno chega
mas não traz o frio
nem a morte
nem a dor
nem a reclusão:

Me traz apenas uma chance a mais
de poder olhar novamente para o horizonte
e pensar em como seria melhor estar
a alguns passos da sua presença.

Porém não acredito em vãs palavras:
acredito apenas na chuva e em suas consequências.

(e a chuva
que deveria cair sob a luz da lua
e não sob a luz do sol)

Mas não é a chuva
e nem o sol estranho que me rodeia nos dias frios
e solitários que
me mantém distante da sua presança e de seus beijos
que me deixam assim tão sombrio
e melancolico mas
sim a loucura dos dias nos quais me entrego para uma paixão
que não compreendo
e me entreguei tarde demais

São flores
Mesmo não tendo entregado nenhuma a você,
Sabes que a primavera lhe traz flores
Mesmo não podendo lhe entregar em mãos
Receba este poema como se fossem flores
Por favor.

Sinto que deveria encontrá-la em outro lugar,
em outras passagens
em outros livros
porém só tenho a ti

Quantas vezes eu me perdi
em mim mesmo
sem saber o quanto eu te adorava
sem saber o quanto eu mesmo estava
sozinho e machucado por dentro
e mesmo essa distancia não significa nada
para alguem que carregou consigo tantas marcas
e tantas cicatrizes;

Não é a duvida que me faz continuar,
Mas sim a certeza de que
ainda terei mais chances e sempre um novo pedido a fazer

Não tenho medo de mais nada,
já me deixo ficar triste
só para ver como você reage á minha tristeza...

Só pra ver se você realmente
me quis
como daquela vez.

Continuo triste
e sem chuva
e sem verão (mesmo ele estando aqui)
e sem nada
e sem me lembrar como é ter você
em meus braços e poder te amar...

quero-te em minha janela
quero-te ao meu lado
tenha esse poema como um pedido:

Quero a chuva na minha janela
Quero.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Verdade

Quero que levante a mão o ser humano
que se compreendeu plenamente.
Que levante a mão e diga
"Sim, eu me compreendi, sei exatamente quem sou, e por que sou"
E após dizer isso, fique imediatamente de pé e vá até a multidão
sem medo do quanto será desacreditado por todos
Sem medo de ser infeliz após isso
Sem medo de sofrer pela verdade
Sem medo de ignorar qualquer outro, pois ele não se compreende
Sem medo de nunca mais poder viver assim como era.

Se essa verdade é tão grande quanto qualquer religião
Qual será o seu dogma?

Mesmo assim eu sei qual é o seu Deus...

Levante a mão.
E digas:

(...)

Letras e símbolos

Escrevo para aliviar a alma
Da bagagem daquilo que sempre existe
e não pode deixar de existir.

Escrevo para aliviar as dores
Machucados e pontos idênticos em todo homem
E todo momento em toda época.

Escrevo para aliviar o sofrimento
De toda a humanidade
Mesmo sabendo que não alivio nada.

Escrevo para aliviar o delírio
do cotidiano que não sigo
Mas que mesmo assim me torna outro eu.

Escrevo para aliviar meu pensamento
Que não deixa escapar mais nada
E tudo é isso: dor.

Me deixo escrever, me deixo levar
Espero um dia poder olhar para trás e ver
que tentei, afinal.

Sala de aula.

Em um canto da sala eu continuava
Quieto, esperando
o dia acabar e eu ir embora
ir embora dalí
ir embora.
Ser esquecido e esquecer
Fazer de conta que nada alí aconteceu
fingir que todos os dias eu não tinha que ir para aquele lugar
E, ao deitar para acordar outro dia
Novamente me preparando para voltar para as salas
(Na verdade celas e prisão para a alma)
Fingir que tudo aquilo passaria rápido.
Mas não passava, e eu continuava esperando
Sem fazer barulho nenhum, em meio aos outros
poucos ou muitos, não me lembro
Nem quero me lembrar.
Só sei que queria ir embora dalí
ir embora.
Ir.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Orgulho


Apenas fico escutando
o som dos carros como se fosse o oceano...




Orgulho

Abri as janelas e lá estava:
O sol apresentando toda a sua luz
para mais alguém além.

Estava frio e mesmo assim
diferente.Estava frio mas mesmo
assim eu tentava me esquentar
com você

Poderia me abraçar mais uma vez?
"Poderia mais uma vez me abraçar
Assim mesmo
como você gosta."

Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.

Escrevo...escrevo...escrevo
Mesmo sem deixar
Ninguem ver o que eu escrevo para você

Apenas fico escutando
o som dos carros como se fosse o oceano
E aguardo mais um dia
mais uma semana
mais um momento, no final

Abandono os dias
me esqueço de contar como foram os momentos
me enturmo com mais um grupo
de desconhecidos só para pedir um conselho
e não vou ouvir

E o sol continua sua rota, sem desmerecer ninguém
Sem ninguém
Sem mais ninguém
Sem mais nenhum ponto em comum
Sem mais ninguém
Sozinho
E tudo isso é meu.

Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.
Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.Apenas espero que um dia tenha orgulho de mim.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mais uma noite acordado.

Cai.
A chuva, pequenas gotas de agua caem
sob o asfalto
prédios e pequenas luzes ao longe
Frio.

Imagino o quanto essas luzes estão distantes de mim
Mal consigo observá-las
distantes sob o frio e a chuva.

Ouço carros, são
poucos os que
passam por aqui nesse horário
Meu horario
não é o de ninguém mais
não sei
não vou saber
não quero saber
distante e longe das luzes
espero para dormir

em paz.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Useless.

Sim... essa é a letra de uma música.
Cansei de cantar o que não sou eu...


Cansei de procurar
algo que seja útil em mim
Não sei mais onde estou
e ainda não encontrei...
assim
só eu sei o quanto é dificil
e o quanto eu me empenhei.

Eu vi que estava só
tive medo de te encontrar
e me lembro o quanto chorou
mesmo sob a chuva e sozinha
então só eu sei
tenho motivos pra me isolar e morrer.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Atores e máquinas



Escolhas
preciso de novas
Escolhas


No final somos

apenas
sobreviventes de nós mesmos...
E vivemos, mais uma vez...
Sobre
vivemos
unidos
mais
uma vez
Distantes
Mais de uma
vez
sem você
nada é
igual
mais uma vez

No final somos apenas sobreviventes de nós mesmos...

Mais uma data a ser comemorada

Arvores, ruas passadas
tempo que não se encontra
Um quarto de um hotel qualquer
em uma cidade distante e fria.

Estamos cegos
Estamos perdidos
Estamos presos
Estamos acorrentados
Estamos encobertos
Estamos chorando
Estamos distantes
Estamos morrendo pouco a

pouco e algo mais além disso
porém nenhum de

nós percebeu o quanto estamos assim

Visito novas deficiências e novas passagens
Paisagens de algo que não aconteceu
(Acontecerá? Não sei.)

E concluo que sou
uma atração a mais

...


nesse circo de mim mesmo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

"Someday your prince will come"

poesia romantica assim, pra alguem que voce gosta sabe.. é uma boa...

Peço algo para alguem
O amor eh a mendicancia da alma.

Não sei dizer ao certo o quanto isso é direito ou distante
E essa distancia que intimida tanta gente nos une cada vez mais
(...)
Peço tanta coisa, tantas vezes de tantas maneiras;

E é essa sua maneira de andar
de pensar 
de falar que me ama, com uma pequena vergonha 
que me faz sorrir

É tudo isso que me faz continuar 
cada vez mais sem pensar em como eu posso 
tentar e errar tantas vezes

(A primeira vez que te vi
A primeira vez que te abracei
A primeira vez que meus labios tocaram o seus)

"Eu existo, tá?
Olha pra mim... eu existo."

"Blues nº. 2"

A musica toca dentro do meu quarto,
 enquanto estou fora

Comendo chocolates.
Ouvindo Miles Davis.

O sol entra pela janela do quarto, bem na minha frente
preguiçoso e calmo, enquanto escuto os carros da avenida passar
de um lugar ao aoutro
mas não me importo.

Continuo sem cotidiano sem terror sem medo sem pudor
sem odio sem rancor sem preguiça sem vontade de nada

É essa a minha estrada?
Meu caminho?
Meu.....?

Por que se importam a dar nomes á vida?
Ela não precisa de nomes.

Piano
Trompete
As cores de um doce
É só isso que importa no momento.

Me calo perante tudo isso e aguardo
O que?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

(e é esse o dogma da morte que todos temem.)

Temes?
Algum dia um anjo chegarás á sua janela.




(e é esse o dogma da morte que todos temem.)

É essa a alma que tantos temem
Tantos temem ter alma
continuam máquina sob a esperança de viver e morrer mais uma vez
Não se vive mais de uma vez
Não se morre mais de uma vez
Sempre se esquecem.

Não colhem as flores que a vida nos oferece
Não colhem nada, esperam os canteiros e jardins acabar
Pensem alto
Esqueçam mais uma vez aquele que sofre

Vocês passam por ele, mas não o chutam
(antes o chutassem, perceberia que está vivo ainda)

Quantas odes serão escritas pela miséria humana?
Que condição é essa e que luta temos pra alteral algo?
Os ideais morreram?
Algum dia teve algum ideal?

Morra.
Morremos.
A cada dia.

Fraternal


Vida, doce vida
Nos conduz a que, afinal?

Fraternal

E são todos irmãos.
Pessoas simples, afastadas e sóbrias
Nada temem, em nenhum
momento se depararam com a estupidez dos homens
Mesmo tendo momentos que eles se surpreendem
com a mesma rotina do mesmo lugar
e continuam andando em circulos
o mesmo circulo que continuará sendo o mesmo por 
muito tempo.

Irmãos rasgam a cortina 
desses obstáculos sem nenhum pudor

Irmãos destroem, 
queimam todas as dividas
de sangue e lágrimas

Irmãos reagem perante
as demencias do cotidiano e 
acabam se machucando

Irmãos acabam percebendo 
que são irmãos mesmo 
sob o peso da morte

Irmãos percebem 
o quanto se perdeu 
e quanto pode se perder

E é essa a opção que temos sob o peso da fraternidade.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Outono.




Por mais estranho que pareça, 
este é um poema de amor... sim, este é um poema de amor

Outono

É outono.

Hoje fui dormir mais cedo.
Não por acreditar que uma promessa se finda em memórias, 
ressentimentos ou milagres
(mas o que é o milagre além de uma memória que existe?)
Mas por que acreditei.

Já sentei e esperei por muito
por pouco também já me perdi
E ja perdi pessoas que não perdem nada.
(São elas que existem, ou sou eu que as esqueci?)
Enquanto continuava sentado, observava a todos nos olhos.

Nunca segui ninguem.

E são essas verdades (verdades que são você) 
que me fazem ver que o outono 
não é algo que deixa de existir
aquilo que falece, cai, e faz a vida continuar...
Ele é muito mais do que isso.

Já me cansei de temer a vida.
(por menos que seja, esperar e temer sempre será igual)
Já me cansei de temer o próximo passo;
Já me cansei.

Chega de olhar para os outros e pensar 
que devia ter olhado mais pra trás.
(Palavras trazem rancor e algo mais,
 porém isso foi algo que nunca neguei)

Hoje fui dormir mais cedo.