sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Adolescente

Noite.Frio.Tempo.Sono.
Me leva a esse poema.


O Adolescente


Pegue o seu tempo
Jogue-o ao nada
Ignore os mistérios
Na verdade isso é tudo.

Pense no amanhã como se fosse mais um dia
Apenas mais uma manhã a ser ignorada e cuspida
Um prato de comida que não se deseja mais

O desejo nos trás
E ás vezes isso dói.
Não pretendo ser algo mais,
Não pretendo ser visto ás vezes andando por aí,
Descalço
Com os pés envolvidos pelas aguas desse rio.

Tudo o que se usa
Não existiu
Tudo aquilo o que se crê
Se descartou
E é isso que eu denomino
"Mistério".

terça-feira, 22 de abril de 2008

Palavras de resistência

É bom esquecer o que nos oprime, e lutar ás cegas, contra quem nunca existiu.
Porque viver é lutar.


Palavras de resistência

Todos com seus abismos íntimos
Caminhando por seus próprios trilhos
A vida é resistência
Resistência a nada que passou
Resistência ao vento, á brisa, ao sol
Á chuva que nos mostra o quanto somos capazes
De resistir

Resisto...
Resisto,
Resisto...

Insisto na memória que nunca existiu
Insisto no medo que sorri e diz adeus,
E mesmo assim persiste através dos anos.

Aquilo que vive em nós
Se assemelha a uma multidão que grita
Ouvir suas vozes é contestar
Entendê-las é se perder no escuro
E lutar para se encontrar

Pelas ruas sujas de sonhos encontro
O que mais se assemelha a mim mesmo
As ruas são espelhos
E se quebram ao pisarmos nelas

Por quanto tempo esperar?
Por quanto tempo escutarei suas vozes?
Prefiro resistir.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Trilogia das musas, parte 1


As musas existem para expressar tudo aquilo que somos.
No rio que flui estamos, logo fluimos também.


Primeira musa - "A pintura"

Quantas vezes as flores tocaram a sua vida
Olho a tela como se ela fosse um caminho
E o pincel fosse a vida
As passagens são as tintas
E elas me mostram como pintar

Pintar é amar
Amar é viver

Quase sem pedir eu me mostrei
E sem me tocar você existiu
A ilusão de que eu existiria mais um pouco
Mas sem existir mais

Pintar é perceber
Que a vida nunca será uma só

Escrevo sobre aquilo que me exige
A força e a pureza de uma criança
Mas mesmo assim
As crianças ainda tem medo do escuro

E me volto á tela
Vejo o branco que existe
O quanto poderia existir
E o quanto existirá

A tela é a vida
A vida são as tintas
E as tintas trazem o fim.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Trilogia das cores.




Pinto, rabisco, sujo uma tela mais uma vez.

Muitas linhas se compõe em um caminho só...
Essas cores não são.
Estão sempre no futuro:
Serão;

Enquanto o ser viver, Elas serão.


Trilogia das cores


Azul

E mesmo assim eu gosto do azul
Aquele azul simples,
Por mais que me chamem de melancolico
Isso pode as vezes assustar.



Vermelho

O vermelho me aquece
Aparece e saúda
Os sentimentos que matam pouco a pouco
Qual Matisse irá representar
Tua saudade?
Qual Picasso irá surpreender
Meu coração?


Amarelo

Como uma doença ele se expande
Como um beijo ele me encanta
Nem por um momento
Nem por um instante
O amarelo é a cor do medo
Aparece como a palavra nua
Van Gogh e seus girassóis
Quantas palavras devo dedicar a ti?


quarta-feira, 9 de abril de 2008

Existe chuva

Hoje eu percebi que no final nada existe.
E comendo Doritos.
Comendo Doritos percebi que nada existe.
Andando pelas ruas ás seis da tarde (ou noite) com fome e um pouco cansado parei de perceber.
Não perceber é perceber tudo aquilo que já se sabe.
Mas tanto faz, a noite será chuvosa...


Existe chuva

Existe aquilo que não é sonhado.
Aquilo que não persiste,
Mas está lá
Ele existe.

Existe porque perde as chances,
De escapar para um lugar vazio,
E desaparecer.

Esse lugar pode ser de tijolos...
Feito com os mais puros pensamentos...

Mas a chuva cai
Cai pelos cantos
E cai novamente pelos caminhos.

Gosto da chuva
Ela me faz pensar em coisas passadas
Pensar em passagens
Traz o frio que participa da melancolia do momento.

Mesmo com a chuva,
Mesmo com a distância,
Mesmo com ninguem,
Mesmo assim...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Livros?

Abro a velha gaveta do velho armário.
Recolho da velha pasta o (não tão) velho poema: sinto ele vivendo outra vez.
É essa a mágica das palavras... elas vivem cade vez que são tocadas.
As palavras vivem nos livros.


Os livros


Os livros são objetos interessantes
Eles vivem.
Respiram
E ás vezes até choram.

Andam por aí sozinhos
Em bandos
Se escondem
Alguns são exibidos
Vaidosos.

Você pode os encontrar
Em festas
Em bares
Nos gramados molhados de chuva
As vezes
Até nas bibliotecas.

São falantes
Alegres
Gostam de cores
Vivem sorrindo.

Mas hoje
Estão mais tímidos
Correm de gente
Moram em casas escuras
Se divertem menos.

domingo, 6 de abril de 2008

"Processo contínuo de digestão cultural" OU "Diarréia mental"


Interessante o processo de criação.Estamos com a página inteirinha em branco e lá vem... entramos em contato com aquele mundo citado por Platão e pegamos um pouco da luz que vem de suas idéias.
Nessa insonolenta madrugada de segunda, após assistir O (atual) filme mais complexo e absurdamente incrível da minha vida, crio a letra para uma música que existia faz vários meses.A música leva o nome do filme, mais para lembrar que essa película marcou minha vida. (Nota: Escrever futuramente uma "Ode á sétima arte")


"Persona - Entidades do espírito"

Parte um - Ego
Assim não sei se acabou
Você se dispõe de mim
E cada vez mais
Eu sinto que me perdi

Parte dois - Superego
Tudo aquilo que deixou,
Avisando o que morreu,
Olhando o que partiu,
Fingindo não ter voz,
Possuindo ainda foi,
Sentindo não valer,
Vivendo o que se foi.

Os erros são todos meus.

Primeiro post, primeiro contato com essa ferramenta estranha constantemente utilizada pelos internautas (aliás, que termo ridículo esse, internautas...... gostaria de saber que órgão da imprensa cria esse tipo de termo.).
Melancolia lugar-comum á parte, me insiro nesse tipo de mídia para compartilhar a sensação do "Um" com mais alguém...
O "Mais-Um" é pura ilusão.


"Poesia errada"

A minha poesia é feita de erros.
Erros daqueles que virão,
Ou já se foram,
E não perceberam:
Não se reprimiram.
Viveram em liberdade dentro de si mesmos
Entorpecidos pela mais pura ingenuidade
Pela mais pura alegria
da própria vida.

A minha poesia é feita de erros
Erros que me consomem
E assim constroem vias
Para meus sentimentos

A minha poesia é feita de erros
Erros que me comovem,
E por isso vivem por si mesmos
Possuem uma história.
Assim percebo
Que não sou Um:
Sou meus erros e eu
E logo vários,
E muitos
E multidões a vibrar
Por ser Um.

A minha poesia é feita de erros
E erro,
E continuo errando
E fim.