terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Carta a Jackson Pollock"






"Carta a Jackson Pollock"


Eu escrevo sem pensar:
linhas, rimas, frases prontas
surgem como um horizonte, e sem temer
Escrevo o final
antes de pensar no começo;
E deixo como início aquilo que muitos pensam ser o fim.
Mas a vida é assim, como é
E não como queremos que seja o ser e não ser.
Afinal, é essa a vida que muitos querem ter.

Eu nunca pensei como escrever;
não me dou bem com isso.
Provavelmente por não saber o que escrever,
Como escrever
O porquê do escrever...
Mesmo assim escrevo
Sem esperar muito barulho:
Escrevo pelo silêncio.

Não sou movimentado pela razão
Não sou movimentado pela simples vontade
de seguir certas regras
E esperar que elas me controlem
Criem uma prisão dentro de meu próprio poema.

Escrevo pela liberdade que a
Palavra
possui.

Palavra.
Palavra que ergue uma visão simbólica de mim mesmo.
Mesmo sendo uma palavra qualquer,
ela é muito mais para mim.

E mesmo assim sempre pretendo continuar a escrever:
Não pra mim,
Não para obter o final de algo que não possuo,
Não para alguém
Pelo simples escrever.

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